Jaipur, histórias da meia-noite (parte 2)

templo dos macacos em jaipur
Você teria coragem de subir na moto de um indiano meia-noite? Venha descobrir o que aconteceu.

Nos últimos dias pela minha passagem por Jaipur, ainda tive o prazer de conhecer a Karina Silvério, uma brasileira maravilhosa que mantenho contato até hoje. Ela estava no templo dos macacos batendo uma papo cabeça com uma família de macacos quando ela escutou eu falando em português com outro brasileiro. Reação quase imediata: “Ah! Brasileiros.” e depois de algumas palavras: “vamos sair pra jantar hoje a noite?” Trocamos de WhatsApp e voltamos a nos encontrar juntamente com os outros brasileiros que conhecemos no dia anterior durante o Holi Festival.

Num restaurante no centro da cidade de Jaipur, escolhemos uns pratos típicos indianos, tomamos umas Kingfisher (cervejas indianas servidas quase a temperatura ambiente – pode pedir gelo caso deseje), conversamos e rimos muito.

Voltamos pra casa já quase onze da noite. Cada um em um hotel diferente. E aqui duas sagas começam.

Brasileiros reunidos em Jaipur

Hábitos indianos que achei estranho

Por volta das 23 horas, terminamos nosso jantar e começamos a negociar com os tuk tuk para nos levar para o hotel. Mostrei para o motorista o nome dos nossos hoteis e ele só acenava com a cabeça pra gente subir no tuk tuk e dava aquela acelerada na moto como se estivesse numa exibição de moto show.

Dica #01: Nunca comece um serviço antes de saber o valor final do mesmo.

Começamos a negociar e fechamos no valor de 300 rúpias indianas ficando 100 pra cada.

Meu hotel ficava na rota do hotel da Karina, então, eu, Karina e o amigo que a acompanhava na viagem pela Índia, pegamos o mesmo tuk tuk.

Depois que deixei a Karina no hotel, segui viagem no meu tuk tuk elétrico. Ele parava a cada esquina e perguntava onde ficava o meu hotel. Esse é outro costume muito comum dos indianos. Eles não sabem onde fica o seu hotel, mas quer te levar e, no meio do caminho, fica pedindo orientações.

Após três tentativas, finalmente o indiano conseguiu entender onde meu hotel ficava. Ele brecou, olhou pra mim e se desculpou: “Sorry. More 300 rúpias.” 

Realmente meu hotel ficava um pouco mais longe. Dei uma chorada e disse que pagaria mais 100 e ele aceitou.

Seguimos nossa viagem da meia-noite quando passamos ao lado do Amber Fort. Fortaleza e palácio que fizeram parte dos cenários da novela Caminho das Índias.

Dezenas de holofotes iluminavam a Fortaleza deixando-a ainda com um aspecto mais imponente. Toquei o ombro do piloto e pedi pra ele parar para que eu pudesse fazer uma foto em longa exposição. Enquanto eu configurava a câmera, uma aglomeração se formava na avenida. Três tuk tuk, quatro motos, cinco camelos, seis elefantes, sete vacas e mil indianos já paravam e curiavam o que estava acontecendo.

Amber Fort em Jaipur

Esse é mais um hábito muito comum na Índia, onde tem um turista parado, logo aparece várias pessoas querendo ajudar ou apenas saber o que está acontecendo.

Enquanto eu me frustrava com a foto que eu tinha idealizado, o meu piloto falava com um indiano que estava de moto. Quando estava pronto para sair, o piloto do tuk tuk apontou para a moto, e o indiano motoqueiro girava o pescoço para trás enquanto acelerava a moto me convidando para subir. “Pelo tridente de Shiva. Ele quer mesmo que eu suba nessa moto, meia-noite?” e me perguntei “Por que não?”

Mas claro que, antes de subir na moto, disse que eu não ia pagar mais nada. Chamei ele de my friend, disse que não tinha mais grana e pronto. Lá vai o Panda maluco na moto de um indiano rumo ao hotel.

Em poucos minutos cheguei ao meu hotel, disse para o indiano “give me a hug, my friend” (me dê um abraço, meu amigo) falei tchau e fui embora. Ufa. São e salvo.

Templo dos Macacos em Jaipur

Dica #02: Mulheres que estejam viajando sozinha

Nosso restaurante ficava no rooftop de um prédio comercial que adentrava por uma viela bem escura. Se não fosse por indicações, dificilmente encontraríamos aquele lugar. 

Após o jantar, a Marcela pediu o uber, porém ela estava conectada apenas no wi-fi do restaurante. O sinal foi se perdendo durante a caminhada dela até a avenida principal.

Nossa turma começou a se dissipar e ela começou a ficar sozinha lá. Do jeito que aconteceu comigo lá no forte, aconteceu com ela. Quase meia-noite, um monte de tuk tuk começou a oferecer para leva-la ao hotel. Mas indianos foram chegando. Os outros se ofereceram para ficar com ela, mas Marela dizia que não era pra gente deixar o uber esperando.

Marcela se lembrou das centenas de recomendações sobre “mulheres, não fiquem sozinhas, ainda mais a noite”. Também lembrou de uma dica que faz afugentar os indianos mais paqueradores: “Meu marido está chegando”. Palavras mágicas para fazerem eles se afastarem.

Ufa. Tudo certo. O uber chegou e ela foi para o hotel sã e salva. =)

Dica #03: Mulheres postando com Hashtags no instagram

A Karina pareceu curtir fazer amigos indianos pelo instagram. Durante a nossa volta para o hotel, ela recebeu uma ligação em chamada de vídeo. Ela falava toda feliz com o indiano e o indiano do outro lado estava chorando, dizendo que a amava e dizendo que estava com saudades do que ainda não tinham vivido.

Eu estiquei o pescoço para dar um alô para o pretendente indiano e ele desligou quase que imediatamente. A princípio, fiquei chocado com essa atitudade, mas depois vi que era algo normal que eles fazem. Fazendo amizades e paquerando as estrangeiras

Assim encerrou minha primeira passagem por Jaipur. Próximo destino: Pushkar.

Esse post faz parte do projeto Blog Every Day August, BEDA. Um desafio de postar no blog todos dias do mês de agosto. Leia mais sobre esse desafio no post de abertura. E confira também o índice com todos os posts já publicados do nosso BEDA 2022!

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