No trecho anterior da nossa primeira viagem de motorhome, contamos como foi nosso segundo dia, indo de Tauranga até Napier. No último dia na ilha norte e tivemos que enfrentar um vento doido em Wellington, tentamos ir a um campo de lavandas e muito mais!
No nosso terceiro dia, tivemos a primeira experiência para abastecer e limpar os reservatórios do motorhome. O Reis pegou a caixa do xixi, despejou na dump station e jogou água dentro pra limpar. Depois, foi a vez de esvaziar o reservatório da pia e do chuveiro e encher o reservatório de água limpa. Apesar de não ser exatamente agradável, também não é muito complicado.
Motorhome! Nosso lar ambulante!
Napier
A cidade de Napier é bem charmosa e bonitinha. Uma cidade litorânea em férias de verão. Resultado: muitas famílias na rua e crianças brincando para todo lado. Além disso, a cidade tem uma arquitetura muito bonita.
Essa arquitetura vem de 1931, quando a cidade foi devastada por um terremoto e precisou ser reconstruída. Infelizmente, nosso tempo estava contadinho e não deu pra passear mais por lá.
Nosso próximo destino seria Wellington, onde dormiríamos para pegar o ferry no dia seguinte. A estrada entre Napier e Wellington varia bastante de cenário. Em alguns lugares, a paisagem excessivamente seca, tudo amarelado. Em outros trechos, fazendas verdinhas, de frutas, criação de gado e muitas e muitas ovelhinhas (tanto as brancas como as negras da família ).
Campo de lavandas – fechado
Quando checamos o o caminho até Wellington, vimos que passaríamos por Carteron, cidade onde uma amiga postou fotos em um campo de Lavanda. Chegamos na cidade, pegamos o endereço no Google e fomos até lá. Quando chegamos, o portão estava fechado. Abrimos, entramos, chegamos até a casa, mas não vimos ninguém. Os cachorros latiram e ninguém apareceu. Nenhum movimento na casa. Tristes, tiramos algumas fotinhos do canteirinho de lavadas e deixamos a visita para outra oportunidade. 🙁
Resolvemos procurar um local para ficar pelo okay 2 stay, uma rede de fazendas que permitem que pessoas estacionem para passar a noite em troca de consumir alguns produtos da produção deles. Escolhemos a única opção no nosso caminho até Wellington. Uma fazenda de uvas, azeitonas e avelã. Preciso de mais?
Chegamos a ir até a fazenda, estacionamos o carro onde combinado com a proprietária e esperamos que ela chegasse da rua. No entanto, acabamos pensando melhor e resolvemos avançar um pouco mais perto de Wellington, para não ficar muito corrido no dia seguinte.
Vento insano de Wellington
Resolvemos então procurar por um estacionamento gratuito para ficar. Vimos no aplicativo campermate a recomendação de um, que ficava na Marina de Wellington, relativamente próximo a onde pegaríamos o ferry. A única reclamação sobre o local era o excesso de vento.
Como sabemos que vento não é algo que aparece todos os dias, resolvemos arriscar. Deixamos um plano B arquitetado, por via das dúvidas. Chegamos no local, um estacionamento aberto, com autorização do governo para se acampar por até 3 noites por mês. Encontramos um lugar ao lado de outro veículo, para tentar protejer um pouco caso o vento chegasse durante a noite.
Saímos para fazer um reconhecimento da área, localizar os banheiros, ler os avisos sobre a área permitida ou não, essas coisas. Depois voltamos para o carro, fizemos nosso jantar e fomos dormir.
Durante a noite ele chegou. O famoso vento de Wellington! Sentíamos o vento sacudir o carro, violentamente. Acordei várias vezes durante a noite com o carro balançando como se alguém estivesse tentando virá-lo. Além do vento, veio a chuva, que persistiu por toda a manhã.
Ferry para a ilha sul
Quando acordamos, com essa chuva, não pudemos nem passear pela cidade. Resolvemos ir mesmo direto para o porto para pegar o ferry. Vimos placas dizendo “Interisland ferry” e lá fomos nós seguindo. Chegamos debaixo da maior chuvarada, estacionamos o carro, descemos nos preparando para correr para a sala de embarque. Foi só descermos na chuva e andarmos um pouquinho que veio um cara atrás da gente, dizendo que não poderíamos estacionar ali. Perguntamos onde seria o local correto, que pegaríamos o ferry das 13:30. “Mas não temos nenhum ferry nesse horário”.
Como não? :O
Volta no carro, pega o comprovante do agendamento, mostra para o cara – tudo debaixo da maior chuvarada. Quando olha o papel, ele diz que aquela é outra empresa (a saída é em outro porto). Volta pro carro, traça rota. Toca para o outro porto. Pelo menos era bem perto.
Chegamos ao pier da Bluebridge, cerca de duas horas antes do nosso embarque. Aproveitamos o wifi e o ambiente quentinho antes de voltar para o carro, preparar um lanche rápido pro almoço e embarcar no ferry.
O ferry era enorme e bem luxuoso. Lembrava um navio cruzeiro. Bem Nada parecido com o ferry de São Luís. A travessia durou cerca de 4 horas e o caminho era espetacular, especialmente a parte final, na chegada da ilha sul, quando passa entre alguns fiordes. Dá um gostinho de quero mais.
Chegamos na ilha sul, na cidade de Picton. Fizemos um lanche no Subway e seguimos viagem. Troquei um pouco com Joyce para ela ir na frente e fui atrás, curtindo a paisagem que passava pela janelinha da cozinha do motorhome. Estava tentando me acostumar com a idéia de ter que devolvê-lo no dia seguinte.
Como a estrada principal para Christchurch continua fechada por conta do terremoto de 2016, pegamos uma rota mais longa, passando pelo meio da ilha. Até o momento, essa foi uma das estradas mais lindas por onde passamos na nova Zelândia, fomos margeando um rio, muitas vinícolas e outras fazendas pelo caminho. Precisávamos avançar bastante, pois tínhamos que entregar o carro até 15 horas do dia seguinte. Então, continuamos dirigindo até que caiu a noite e fomos buscar um camping site para passar a noite.