Depois de mais uma noite no hotel horroroso e resolvida a nossa estadia para os próximos dias, acordamos cedo para curtiu um pouco da praia de Kuta. Como o café da manhã do hotel ainda não estava servido, compramos uns croissants em um mercadinho. Caminhamos por 15 minutos até a praia passando por diversas lojinhas, restaurantes e hotéis e de pessoas desesperadamente oferecendo táxis e massagens.
Nossa chegada à praia foi marcada por um gigante portal com estátuas de animais ferozes que servem para proteger a ilha de espíritos malignos. Caminhamos um pouco pela praia e mais uma vez muito assédio dos guias locais oferecendo aulas de surfe, aluguel de prancha e cadeiras. A água do mar tem uma bonita tonalidade de azul escuro, com temperatura muito agradável mesmo às 8h da manhã.
Um fato que tem nos deixado um pouco triste em relação à ilha de Bali é a quantidade de lixo (garrafa de plástico, copos, sacolas,…) deixada pelos turistas. É quase impossível mergulhar no mar e não sentir algo roçando em sua perna ou pés. No início você leva pequenos sustos mas depois infelizmente se acostuma com aquilo.
Outro ponto bem interessante foi a grande quantidade de muçulmanas vestidas da cabeça aos pés passeando pela orla.
Hora de voltar para o hotel. Totamos o café da manhã já quase às 11 e partimos para esperar o nosso Kura Kura bus. A viagem de Kuta para Ubud dura cerca de duas horas por uma estrada super bem conservada, porém com apenas duas faixas e praticamente sem acostamento onde carros, ônibus e centenas de scooters praticam um balé automobilístico de sobrevivência. É de impressionar os turistas que observam o quão esse povo parece se entender no meio desse trânsito insano. Chega a ser paradoxal, por parecer ser tão “agressivo” para você forçar o que precisa fazer e tão pacífico por ser compreendido.
A arquitetura da ilha de Bali é outro ponto que merece atenção. As construções, templos, restaurantes e entradas de inúmeros locais são compostas de grandes estátuas e portais que possuem detalhes e destreza de seus criadores.
Ficamos impressionados também que a ilha que parece viver única e exclusivamente do comério e turismo. Todas as ruas são abarrotadas de restaurantes, spa’s e hotéis – e gente. No caminho para Ubud passávamos por lojas que vendiam estátuas e esculturas. Centenas dessas lojas.
Porém, com essa quantidade enorme de templos, estátuas e esculturas, também tivemos a impressão de abandono de alguns locais. Muitos eram dominados pela poeira, lodo e teias de aranhas. São tantos detalhes, que seria necessária muita mão de obra para manter tudo limpo.
O ônibus tinha uma parada bem próxima do nosso hotel. Chegamos no hotel por volta do meio-dia, deixamos nossas coisas e fomos almoçar. Escolhemos um restaurante numa das inúmeras ruelas não turísticas com uma placa que dizia “Preço para Locais (não turistas)”. Resolvemos arriscar. Bom, a maioria dos pratos que encaramos durante a minha estadia em Ubud se resumem em três pontos:
- Barato (cada prato custava em média R$ 15,00)
- Pouca comida (difícil saciar os famintos de plantão)
- Molho geralmente apimentado e doce
Acredito que cheguei a provar mais de 20 pratos diferentes durante minha estadia. Muitos que não sei nem dizer o que realmente comi. Mas fui muito feliz nesses dias em Ubud em relação às minhas refeições.
Todos os nossos almoços foram acompanhados da Bitang (cerveja local) e Joyce sempre pedia suco. Lemos muitas recomendações para termos cuidado com a água. Renata apostava que eu seria o primeiro a pegar uma infecção intestinal em nossa viagem. Até eu apostava em mim. Considero-me uma pessoa sinestésica. Gosto de experimentar novas sensações e sabores (ficou estranho isso, né? Rs).
Poucos dias se passaram e nossa filha Joyce começou a ficar indispota. Nossa leoazinha estava com falta de apetite, dor de cabeça e no corpo. Lembrei das vezes que perdi a fome quando levava “porrada” dos chefes. Mesmo sem conseguir comer, empurrava comida pra dentro com agua ou suco porque sabia que precisava me alimentar. Contei essa história pra Joyce e pedi pra ela tentar comer, mesmo sem fome. Nesse dia ela dormiu o dia inteiro.
Durante a madrugada do segundo dia, ela começou a ter febre. No final da noite ela vomitou e começou a ter dores abdominais. Suspeitamos de infecção intestinal. Ela acabou dormindo muito mal nesse segundo dia e resolvemos leva-la ao hospital logo pela manhã.
Acionamos nosso seguro via Whatsapp. <3 Pediram algumas informações e em 30 minutos retornaram minha mensagem informando a clínica conveniada. Resolvemos nesse dia alugar uma scooter para os nossos últimos dias em Ubud. Tudo bem que Renata concordou em alugar a scooter porque ela tinha entendido bicicleta. Hahahaha. O aluguel da scooter custou a fortuna de R$ 9,00/diária. Isso mesmo. Nove reaiszinhos. Coloquei o endereço no google maps e eu e Joyce fomos para a clínica de moto. Vida louca. Acredito que a adrenalina que Joyce teve nessa primeira volta de moto aliviou um pouco os sintomas. Muita emoção nesse trânsito.
Começo a pensar em uma nova modalidade de turismo. O HospiTour. Já é o segundo hospital que Joyce visita em 3 meses de viagem. Rsrs. Chegamos na clínica e todos (recepcionista, enfermeiras e médicos) falavam um excelente inglês. Informei ao recepcionista meu nome e meu seguro e ele já havia recebido um documento da seguradora informando que eu não precisaria desembolsar nenhum valor pelo atendimento.
Não demorou muito e fomos atendidos. O médico perguntou os sintomas, apertou o abdomen de Joyce e disse que iria trabalhar na suspeita de dengue ou infecção por salmonela. Fizemos exame de sangue e fezes e Joyce ficou acamada tomando soro para recuperar a desidratação sofrida nos últimos dias. Tomou também mais alguns medicamentos contra dor e enjoo. Fomos servidos também de um saco de pão massa fina. Depois de uma hora de medicamento, Joyce conseguiu devorar os pães em poucos minutos. Enfim, agora eu estava reconhecendo minha leoazinha.
As duas opções iniciais sobre dengue e salmonela foram negativas e foi constatado infecção intestinal por bactéria. Coisas da Ásia. No final do atendimento, nos deram vários saquinhos individuais de remédios com suas devidas prescrições. Inclusive antibótico.
Considero que todo nosso atendimento para o seguro saúde foi SENSACIONAL. Desde o rápido atendimento via WhatsApp até o recebimento dos remédios.
Joyce continuou a medicação por alguns dias e logo ficou boa.
Mesmo com a visita ao hospital, nossa passagem por Ubud foi marcada mais positivamente do que negativamente. Em breve contamos mais!
Uma resposta
Ufa! Que “bom” que era infecção intestinal. Porque dengue me viagem ninguém merece!!!
Tudo de bom a vocês!!!