Pushkar é uma pequena, pacata e sagrada cidade no interior do estado do Rajastão. Lar do único templo do Deus Brahma é o local que conquista hippies e viajantes em busca de paz e auto-conhecimento.
Depois de alguns dias intensos em Jaipur no Holi Festival parte 1 e Histórias da meia-noite parte 2, comentei para Marcela e Elaine que meu próximo destino seria Pushkar. Segurando na mão de Shiva, as meninas disseram só Bora.
Eu fazia a viagem pelo Rajastão num Renault sedan 1999 (brincadeira, não lembro o modelo do carro) junto ao nosso motorista Ringo (esse nome é verdade) e, em nosso carro, caberia levar minhas duas novas amigas viajantes que estavam de coração e de roteiro aberto. Avisamos do nosso destino para a querida Karina. Não lembro se Pushkar já estava no roteiro dela mas sei que voltamos a nos encontrar por lá.
Lago Sagrado de Pushkar
Reza a lenda que a água brotou no vale depois que uma flor de lótus caiu da mão do criador do universo, o Deus Brahma, dando origem ao Lago de Pushkar.
Em nosso primeiro dia na cidade, fomos passear a beira do lago cercado por dezenas de ghats (os portões de entrada).
Um indiano nos propôs uma oração na beira do lago. Aceitamos para conhecer mais da cultura da Índia. Foi um emocionante sermão. Nos fez refletir sobre nossos familiares, nossas vidas, projetos e sonhos. Mas, ao final do sermão, fomos compelidos a fazer uma “pequena doação” de quase 100 reais para as comunidades carentes.
Logo aquela sensação de paz e reflexão se transformou em choque e espanto. Fizemos parte de mais um momento “pega turista”. Alguns participantes simplesmente viraram as costas e foram embora e outros deram aquilo que seu coração desejou. Eu fiz uma pequena contribuição que não deixou o indiano muito feliz. Disse que era de coração, desejei-o boa sorte e fui embora.
Continuamos nos perdendo pelas ruelas de Pushkar e fotografando tudo o que achávamos de interessante: os sarees indianos, gurus, estátuas, templos, vacas e peregrinos. Para o pôr do sol, sentamos num restaurante à beira do lago enquanto deliciava uma vitamina de essência de rosas.
Éramos um grupo de seis brasileiros voltando para o hotel quando enquanto a noite caía. A energia era tão boa que ninguém queria se despedir.
Olhando para o céu, observamos um canhão de luz girando pelo ar. Se os hábitos são o mesmo, aquilo indicava algum tipo de festa. Decidimos então seguir a luz.
Chegando na portaria, perguntamos o que estava acontecendo e se poderíamos adentrar. O porteiro informou que era um casamento indiano e que infelizmente não seria possível. Eis que lá de dentro um indiano em sua beca festiva, gritou e nos liberou para entrar.
Casamento indiano em Pushkar
Nem acredito, “invadimos” um casamento indiano.
Subimos e dançamos no palco. Comemos do buffet vegano com bebidas sem álcool. Conversamos e tiramos fotos e selfies com as dezenas de indianos que interagiam com a gente.
Meus olhos brilhavam em êxtase por esse momento tão inesperado e tão único.
Eu passei apenas 2 noites em Pushkar. Elaine depois me relatou que ficou quase uma semana por lá e que foi um dos locais que ela mais gostou na Índia. Conheci outros viajantes que já não se identificaram tanto com o destino. E tudo bem.
Pushkar, a casa do templo do Deus Brahma, o criador do universo segundo a religião hindu, abriga também meu carinho e minha gratidão.
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Esse post faz parte do projeto Blog Every Day August, BEDA. Um desafio de postar no blog todos dias do mês de agosto. Leia mais sobre esse desafio no post de abertura. E confira também o índice com todos os posts já publicados do nosso BEDA 2022!
2 respostas
Post Lindíssimo, um local que recomendo muito, caso não tenha ido é Srinagar!
Opa… obrigado pelo comentário <3
Vi aqui que Srinagar fica na região de Kashmira. Vou incluir no meu roteiro da próxima vez pela Índia. Obrigado pela indicação. =)