O dia amanheceu ensolarado. Acordei às 7h, peguei meu celular sem sinal de internet e fiquei enrolado na cama até às 8h. Levantei e decidi ir ao supermercado enquanto minhas meninas dormiam.
Ao chegar no térreo do nosso prédio, o porteiro sorriu falando “buenos dias”, perguntou de onde eu era e com quem estava. Eu disse pra ele que estava indo ao supermercado e ele me disse que o mercado só abriria às 9h. O povo chileno, até o momento no geral, é solícito, sorridente e bastante conversador.
Estávamos hospedados aos pés do Cierro San Cristobal e pela janela pude observar um grande movimento de pessoas caminhando, correndo e andando de bicicleta. Como faltava 1 hora para abrir o mercado, resolvi aventurar pelo Monte. Coloquei tênis e roupa apropriada para esse dia ensolarado, cheguei ao portão de entrada do monte, chequei o mapa e comecei a subida.
Observei que no meio do caminho havia uns “shortcuts” (atalhos) clandestinos e aparentemente seguros. Resolvi arriscar subir por um deles e tive êxito. Comecei a corrida/caminhada rumo ao topo do Monte. Caminhei por 20 minutos e resolvi voltar para não me atrasar e deixar as meninas preocupadas.
No supermercado, comprei mantimentos suficiente para dois dias de café da manhã e um almoço.Acho um pouco difícil escolher alimentos em outros países pela diferença de produtos e nomes desconhecidos pra mim. Não tinha dúvidas de que os morangos aqui seriam bem mais saborosos que minha calorosa cidade natal. O frango que escolhi para o almoço também superou as expectativas. Estava muito macio. Acho que tive sorte e fiz boas escolhas.
Voltei ao apartamento por volta das 10h. As meninas acharam que eu estava demorando porque havia encontrado algum wifi perdido por aí. 😒
Tomamos nosso café da manhã. Falei o que havia feito e decidimos conhecer o topo do monte.
Vestiram roupas confortáveis e andamos até a entrada principal do Cierro San Cristóbal, onde tem um funicular que nos leva até o topo. Meu espírito aventureiro e econômico pedia para ir andando. Joyce nos convenceu com os olhos do gato do Shrek a subir de funicular. Mas a descida seria a pé!
Dia 08 de dezembro é dia da Imaculada Concepcion. Se eu tivesse sido um religioso muito devoto, minha filha que aniversaria nesse dia, seria chamada de Joyce da Conceição Luz. Ela roga a Deus e diz que me ama muito por não ter sido religioso. Bom, esse dia, também feriado na cidade, fez com que milhares de devotos curtissem esse dia de céu azul e sem nuvens e levassem seus familiares à peregrinação.
Chegamos ao topo do monte e ficamos admirando a bela vista da cidade de Santiago.
Gosto muito de novidades culinárias e acabei por provar um mote con huesillo (trigo com suco de pêssego). Gelado e adocicado, minha nota para essa bebida fica em 7.
Por volta das 15h decidimos voltar para casa a pé para um almoço-janta. Havia dois caminhos. Um mais longe pelo asfalto e outro mais perto descendo por uma trilha segura. Optamos pela trilha e iniciamos a descida. Olhei muita gente sofrendo para subir essa trilha íngrime e fiquei até um pouco aliviado por não ter feito as meninas subirem, se não, teria que ter voltado de ambulância. Tadinhas.
Quando já avistava o nosso apartamento, tínhamos duas opções. Andar um S gigante, oooooou, usar dois atalhos clandestino que encurtaria muuuuito o nosso percurso. Fui o pioneiro na primeira descida, seguido de Renata e Joyce. Primeira descida com sucesso. Renata começou a segunda descida. Essa segunda descida tinha menos árvores e pedras para nos apoiarmos. Gente, sinceramente, não sei como Renata aceitou descer por esses atalhos, acho que ela estava muito cansada. Quando ela atingiu a metade da descida, ela escorregou nos pedregulhos, colocou os glúteos no chão e parecia descer de ski-bunda igual vemos nas dunas do nosso Nordeste. Meu coração gelou!
Sabe quando os pais mandam um aviso para as crianças falando algo do tipo “não faça isso que vai dar m****”? Daí acontece e os pais vêm furiooosos do tipo “ah, muleque! Tu vai morreeeer”. Pensei que minha vida se findaria nesse segundo dia de viagem. 😅 Lá de baixo ela gritou “booora, galera! Quem é o próximo.” Atitude muito suspeita, enfim. Joyce foi a segunda e eu quase desisto pra ir pelo caminho mais longo e seguro. 😂 Desci me apoiando com as mãos no chão. Cheguei lá embaixo e ela só me disse que eu ia lavar a roupa dela. 😌🙏🏼
Para conseguir gastar menos e fazer uma viagem tão longa, algumas economias precisam ser feitas e uma delas é evitar muitos restaurantes e lanchonetes. Por isso, logo no 2o dia de nossa viagem, fizemos um belo almoço “em casa”. 😋
Bom, algo que nos vai deixar felizes nessa viagem, será poder receber alguns amigos aventureiros. Alguns meses depois de anunciar o roteiro do nosso primeiro destino, minha irmã perguntou se poderia juntar-se a nós nos primeiros dias da nossa viagem. 😍
Ela chegou por volta das 20h e fomos para La Costanera para comemorar o aniversário da nossa filhoca. Ela escolheu massas, vinho e uma torta de Oreo para comemorar seu aniversário. Estava tudo divino e nem achamos ruim a conta vir um pouco mais cara, afinal, a comemoração merecia.
Assim encerramos nosso dia de passeio em Santiago, sem conhecer muita coisa, mas com muita emoção!
3 respostas
Nossa, não acredito que ainda não tinha lido nenhum desses relatos! Vou ler tudo =) Muito engraçado as descrições das reações de Renata, parece que consigo ver a cara dela kkk Beijos, queridos =*
Hum! Adorei os cortes de cabelo das meninas. E não conhecia esse visual de óculos da Joyce. Amei!!!
Em relação a essa bebida chilena, a nota 7 me indica que, com certeza, é bom evitar.
Abraços!
Saudades Joci!
Beijos e volte mais por aqui!