Saímos de São Luís num daqueles voos ótimos da madrugada. Nossa grande amiga Veronica foi deixar a gente no aeroporto. Valeu, Veri! 🙂
Partida em São Luís
Depois de uma escala no Rio, chegamos a Santiago, são 19h e o céu ainda vivo. Fomos abordados por um senhor que tentou nos convencer a ir de taxi, que havia uma manifestação nas ruas da cidade do centro e que o ônibus que queríamos pegar não iria sair tão cedo. Que gastaríamos 12 mil pesos para irmos de ônibus+metro e eles nos ofereceu a corrida por 15 mil e depois 14 mil. Ainda assim, decidimos pesquisar e para nossa grata surpresa, sairia um ônibus em poucos instantes. Conseguimos chegar em nosso lar por 4.500 de onibus + 3.390 de táxi.
Nós somos 3. Eu, minha esposa Renata e nossa filha Joyce. Cada um com uma mala grande e um volume de mão.
O motorista despacha nossos três volumes maiores e decidimos embarcar com as malas de mão. Um alerta no meu subconsciente ligou informando que aquilo não parecia muito seguro, afinal, não nos deram nenhum ticket referente às bagagens, ou seja, qualquer um poderia levar.
O trajeto até o centro da cidade demorou uns 20 minutos. Cruzamos o centro da cidade até a estação de Los Heroes. Esse percurso me agradou muito. Um canteiro central largo, com a relva verde, algumas flores coloridas no caminho, muita gente utilizando a bicicleta como meio de transporte <3, muitos dogwalkers (será que é uma profissão por aqui), pessoas sentadas no gramado para pegar os últimos raios de sol e descansar antes de voltar pra casa e um trânsito um pouco intenso.
Quando chegamos na estação onde iríamos descer e pegar um metro, decidi ir logo para perto de nossas bagagens. Dois homens me abordaram logo na descida do ônibus apontando para um lado oposto pedindo uma informação. Como eu não entendo muito bem o espanhol, imaginei que eles estavam oferecendo táxi, mas meus sentimentos só diziam “vá pegar suas malas”. Foi então que o coração veio para a garganta quando olhei um homem com meu mochilão na mão andando para a direção oposta onde os outros dois vagabundos apontavam. Consegui gritar muito forte um HEEEEEEI de medo e nervosismo. Imediatamente ele largou meu mochilão no meio da avenida. Apanhei e voltei correndo para ver se as outras duas bagagens continuavam na parte inferior do ônibus. Estavam lá. Demorei alguns minutos para processar toda a informação, respirar e acalmar os nervos.
Pegamos um táxi do centro até o Bairro de Bella Vista. Cruzamos uma avenida muito agradável com barzinhos, músicas e povo animado até chegar ao apartamento que havíamos reservado.
Devido às duas primeiras tentativas frustradas de lesão ao nosso patrimônio, deixamos com o coração bem apertado de medo e receio nossa bagagem no apartamento residencial que alugamos.
Saímos para jantar no Patio Bella Vista. Desde a entrada, ja ficamos encantado pelo local. Muitos barzinhos, pubs, restaurantes e música ao vivo. Passeamos um pouco pela galeria até decidirmos optar por um Pub Irlandês. Rsrs. Já havíamos passado por muitas emoções para um primeiro dia e decidimos ficar em um lugar que já era um velho conhecido. Joyce logo desmaiou de cansaço na mesa.
Pedimos uma Guayacan Pale Ale, uma cristal e uma limonada, um hambúrguer e um prato de frango com camarão. Todas as bebidas e comidas foram de um sabor perfeito.
E assim foi nosso primeiro dia. Em resumo gostei das bicicletas, dos cachorros gigantes de rua que parecem ter pedigree, canteiro central largo, relva verde, flores coloridas e do cheiro agradável da cidade.
PS: Eu me considero uma pessoa muito solícita. Quando vamos refletindo e processando as informações com mais calma, fico pensando como eu consegui ignorar aqueles dois homens que apontavam e “imploravam” por uma informação e corri em direção às malas. Agradeço cada oração por nós e os pedidos de proteção. Esse foi só o primeiro dia de 365!
3 respostas
Reis nem consigo imaginar o desespero com o ocorrido. Ainda bem que não foi o pessoal do ônibus que tentou roubar vocês, eu já estava me sentindo super culpada por ter recomendado as empresas.
“Devido às duas primeiras tentativas frustradas de lesão ao nosso patrimônio”. Só entendi essa da bagagem no onibus, qual a outra tentativa?
Fala, Arnóbio. A primeira tentativa de “lesão ao patrimônio” foi o taxista querendo nos convencer a pegar o táxi ao invés do ônibus. 😉